Friday, February 12, 2010

Difool

Muita gente conhece Moebius. Pouca gente conhece Jodorowsky. E talvez uma parcela ainda menor de pessoas conheça a série conhecida como “O Incal” e seus derivados.
Recentemente terminei de ler o Incal. Li uma vez e, sabendo das referencias citadas pelo próprio autor a respeito do Tarô, fui pesquisar sobre os arcanos e reler a obra.
Tornou-se uma nova história. Não melhor, mas com uma compreensão melhor.


A história pode ser chamada de Space Opera tranquilamente. Começa pequena e torna-se gigantesca. A verdade é que a história do Incal é uma grande aventura bem nos moldes de “Star Wars”, mas com um protagonista que não tem absolutamente NADA de altruista, corajoso ou até mesmo honrado. John Difool é um palerma, covarde e, digamos assim, um saco de merda. Mole e fedida. Mas voce acaba simpatizando com o imbecil.
Nos moldes dos famosos heróis ridiculos que se tornam grandiosos (não que ele realmente consiga isso), vemos um grupo bem incomum lutando contra uma ameça conhecida como a Escuridão, que almeja acabar com toda luz do universo e, consequentemente, a vida como um todo.



Mas falemos de tarô.

Conhecendo o tarô (ou pesquisando de maneira simples, como eu fiz), você facilmente identifica quem é quem. A graça da história está justamente ae. Ela como uma Space Opera é bem funcional pela grandiosidade da mesma e até como é narrada (embora dezenas de pontas fiquem soltas e buracos apareçam aqui e ali, intencionais ou não), mas como referencial a magia que envolve a leitura dos aspectos da vida através do Tarô, ela funciona bem melhor. Minha dica é: leia TODOS os volumes um atrás do outro e na sequencia imediata pesquise o Tarô. Sua compreensão será outra.
Agora falemos das coisa criadas no decorrer da saga.

Os autores criaram algumas coisas que renderam bastante pano para manga. As sociedades que comandam a estrutura politica (como o Tecno Papa e tudo que vem atrás dele), os mundos e raças apresentados (a raça gerada pela Proto Genitora) e o personagem mais comentado que o próprio John Difool, o Meta-barão. Personagem este que rendeu uma série de albuns de luxo que acabaram agradando MAIS que o roteiro do Incal mundo afora.



Mas isso é um assunto para outro dia.

Um outro ponto interessante de se abordar é a evolução (ou não) de Moebius através dos anos. Incal foi uma série que levou praticamente dez anos para ser completada e, claro, como qualquer outro desenhista, o velho Moebius mudou um pouco aqui e ali. E eu faço parte da turma que acha que o traço do homem foi ficando simplificado através dos anos. É só comparar o primeiro capitulo com o ultimo. Até o próprio desenhista admite isso, quando fala sobre o mercado americano e as “influencias” boas que o mesmo pode ter causado sobre ele. A verdade é que HQs Européias em sua grande maioria visam a obra como um todo. As americanas geralmente visam a venda como um todo. Né quesada?

O Incal é uma história boa com referencias na medida certa, ela te deixa interessado a pesquisar um assunto bem mais velho do que você sequer imagina (Tarô),mas sem abusar da sua paciencia “pesquisadora” como alguns autores gostam de fazer. E sim, eu me refiro a Grant Morrison, autor que eu sempre achei super estimado e vou continuar achando.

Para quem não conhece, compre sem medo. É uma HQ que vai parecer meio estranha demais a principio e voce provavelmente vai achar que os personagens sejam literalmente jogados ali para serem meros coadjuvantes (e isso realmente acontece em alguns casos, onde alguns personagens da trama só cumprem um papel especifico e não são de real utilidade para a trama geral), mas que com o decorrer da saga você vai notando que tudo ali tem um propósito para o grandioso final. Literalmente.

Alcofa (que gostou um bocado de “O Incal” e só está esperando o ultimo volume dos Metabarões da Devir para ler tudo numa “porrada” só. Escutando “Sanitarium”, Metallica... não fui ao show...)

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Thursday, February 11, 2010

A evolução da espécie

1982. Primeiro registro oficial.



2008. Ultimo (até então) registro oficial.



Entre o master mega fodônico "Live Shit" até os recentes "Live in Paris" e "Live in Mexico", o Metallica mudou MUITO. Muito MESMO. Os caras tiveram mudanças de formação, mudanças de sonoridade, mudanças de visual (o que para muita gente significou muita coisa), mudanças de comportamento (essa sim eu acho que me afetou) e mudanças de sonoridade AGAIN!

A verdade que o Metallica que lançou o visceral "Kill em All", que lançou o mega platinado "Black Album" e que lançou o inovador(?) "Death Magnetic" mudou muito e pode ser visto quase que como três bandas distintas. Nos anos 80,os garotos eram a energia em pessoa. Nos 90, o peso e a arrogância em pessoa. E agora nos anos "00" eles se tornaram caras que agem e pensam de acordo com sua idade: com calma e sabedoria.

Nos anos 80 o Metallica tirava fotos cuspindo Vodka no fotografo.
Nos anos 90 o Metallica tirava fotos cheias de poses e trejeitos malvadões.
Agora os caras tiram fotos sorrindo.



Nos anos 80 o Metallica batia tanta cabeça que doía só de olhar.
Nos anos 90 o Metallica batia bem menos cabeça.
Agora os caras pulam e fazem vários "ooooooo" durante os shows.



Nos anos 80 o Metallica tocava muito, muito rápido.
Nos anos 90 o Metallica desacelerou TUDO.
Agora os caras estão num meio termo.



Nos anos 80 Lars tocava muita bateria e era considerado um dos melhores do mundo no estilo.
Nos anos 90 Lars era a pompa em pessoa.
Agora ele sótoca porque é dono da banda. E isso é a mais pura verdade.



Nos anos 80 Kirk tocava bem.
Nos anos 90 Kirk Tocava bem.
Agora ele toca bem.



Nos anos 80 nós tivemos Cliff até metade de década.
Nos anos 90 nós tivemos o megafodonico Jason.
Agora nós temos Rob Trujillo, e por melhor baixista que ele seja, ele JAMAIS vai conseguir substituir qualquer um dos dois anteriores, que deixaram uma marca MONSTRUOSA na banda, e ele (ao meu ver) ainda não provou ao que veio.



Nos anos 80 James berrava muito e era um excelente frontman.
Nos anos 90 James cantava muito e era O MELHOR frontman.
Agora ele canta de maneira bem mediana, mas ainda continua um bom frontman.



O Metallica mudou, mas ainda manda bem ao vivo. Prova disso é o ótimo "Orgulho, Paixão e Glória". Ta certo que ao vivo "de verdade" os caras andam falhando aqui e ali, mas nisso todo mundo tropeça de vez me quando. É normal.

Mas é um excelente show. Compre o seu.

Alcofa (que ainda acha que o Metallica é a trilha sonora de sua vida, escutando "Trapped Under Ice" ao vivo!!! Cara, isso foi uma surpresa MESMO em um registro ao vivo!)

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Monday, February 01, 2010

Rabo Chutado!

Quando eu digo que eu adoro o que Mark Millar ecsreve, eu falo isso com convicção. O cara literalmente destrói pelos titulos por onde passa e, com sua série "kick Ass", não foi diferente.

A história todos já sabem (porém não é original, a idéia já tinha sido explorada em maior ou menor grau várias vezes): nerd idiota e looser (se bem que as vezes nerds são vistos assim... erroneamente)decide tornar-se um herói DE VERDADE e acaba se metendo em uma confusão bem maior do que imaginava. Pior: leva outros idiota com ele nessa coisa toda.

Quando li a primeira edição de Kick Ass, eu confesso que mesmo com as boas sacadas de Millar na história (Youtube, My space e mais um mundaréu de coisas atuais e "reais"), eu não fiquei empolgado. Adoro o traço de Romita JR e acho que isso foi o que me chamou mesmo a atenção. Mas quando as coisas começaram a foder geral por nosso "herói", a eeu confesso que me interessei mesmo. Não que eu seja fã de desgraça alheia, mas confesso que ver o Dave tomar surras homéricas, voltar quebrado pra casa e ainda insistir no erro, era bem engraçado.

A série foi continuada a trancos e barrancos (porque MIllar meio que a abandonou pra focar no filme sobre a mesma, que foi finalizado ANTES da conclusão da HQ!), mas ficava mais interessante: nenhum plot cósmico. O que nós tinhamos ali era um pai maluco e uma filha mais maluca ainda, um nerd que só apanha, um filho de um mafioso (traidorzinho filho da puta) e um bando de mafiosos querendo matar geral. Kick Ass se resume a isso. Tripas, miolos, sangue e muita violencia desnecessária.



DO JEITO QUE NÓS ADORAMOS!!!!!

de uns tempos pra cá eu estou mais maduroem termos de HQs, digamos assim. Lendo HQs como Incal, Metabarões, Retalhos, Jimmy Corrigan (chorei com este aqui...) e muitos livros de mitologia. Mas eu confesso (MESMO) que esta HQ é um presente para os fãs de HQs e os nerds loosers e punheteiros que vivem por ae. Por que? Primeiro porque ela tira sarro DESCARADAMENTE com a nossa "categoria", nos colocando como um bando de imbecis fracos e bobos que vivem em cima de HQs e, segundo, porque ela tem um ÓTIMO final!! Millar finalmente conseguiu!

Quando sair por aqui, espero que venha em formato de mini série ou (devaneio) encadernada!

Alcofa (que adorou ler a mini, mesmo com todos atrasos... escutando Violent Revolution, Kreator)

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