Sunday, May 22, 2011

Vencer ou Morrer!

Quando li Incal, fiz um posto enorme sobre o mesmo, porque achei a obra fantástica. Depois que fui pesquisar sobre o tarô, vi que a mesma tem uma profundidade bem maior do que a que você capta em uma simples leitura. Incal é ótima.

A Casta dos Metabarões é MUITO boa. Mesmo.

Acredito que todos já tenham ouvido falar sobre a história. O personagem que dá nome a mesma surgiu nas páginas do Incal, mas lá ele não faz muita coisa, de verdade. Tem uma participação razoável, mas como o Incal tem mais simbologia e aquela cara de aventura ao estilo clássico da coisa (herói improvável, grupo esquisito, grandes desafios, herói improvável vira o fodão e salva o mundo), o Metabarão é um personagem verdadeiramente secundário.

Problema é que ele fez um grande sucesso entre os fãs, e ficou claro que o criador da obra (Jodorowsky) queria aprofundar o passado do mesmo. E conseguiu com maestria.

O Clã dele surge de uma raça de guerreiros medievais em um mundo altamente tecnológico. Só isso já é uma grande dica do que o personagem poderia vir a ser, afinal, encarar pessoas com fuzis laser com uma espada ou faca nas mãos não é lá muito inteligente.



É coisa de macho de verdade.

A Casta dos Metabarões começa com Othon Von Salza, que era uma espécie de guerreiro samurai e por ver que se encontra em desvantagem contra seus adversários, acaba por tornar-se adepto da alta tecnologia. E bota tecnologia nisso! Praticamente todo o código de honra dos Metabrões apresentado no decorrer da saga é criado baseado nos ideais de Othon e do Barão Berard de Castaka, ambos homens de uma honra enorme e que lembra em vários momentos o Bushido, que era o código de honra dos Samurais no Japão medieval.

Não vou contar como toda a história se desenrola, porque aconselho a leitura a qualquer um, seja via scan (fácil de achar) ou via papel (como eu, salgado no bolso, mas prazeroso porque vale ter na coleção). Vou citar o que acho que pode atrair os futuros leitores da mega saga:

A maneira como surgiu a Casta dos Metabarões é um dos melhores pontos da série. Othon vê que as pessoas são movidas unica e exclusivamente por dinheiro, e percebe que a unica maneira de você mostrar respeito é liquidando seus inimigos e juntando somas insanas de grana. Esta mentalidade se estende por todos os descendentes do mesmo. E a substituição de um Metabarão por outro é no mínimo bizarra. O anterior deve morrer pelas mãos do próprio filho, além de ter todos seus sentimentos de compaixão exorcizados (coisa que nem sempre acontece no decorrer da saga)

Os desdobramentos da vida de cada Metabarão são muito interessantes. Todos eles são personagens ultra overpower e sempre são acompanhados de fêmeas interessantes ou de personalidades mais fortes que os próprios. Ver até onde Honorata (mulher de Othon e mãe de Agnar, o segundo Metabarão) é capaz de ir para manter o sonho de seu marido é no mínimo impressionante. Todos os Metabarões são seres obsessivos e perseverantes, mas alguns personagens do sexo oposto conseguem superar isso.

A maneira como o poder evolui de maneira absurda de um Metabarão para o outro. Othon era basicamente um samurai que aceitou lidar com alta tecnologia para alcançar seus objetivos; Agnar (filho de Othon e Honorata) era mais capacitado e dotado de poderes psíquicos (graças à sua mãe); o Cabeça de Aço era de longe o mais forte de todos eles, por quase abdicar totalmente do lado corporal do combate e aceitar totalmente a tecnologia em sua vida (seu nome já diz isso); Aghora era muito forte, possuía todas as capacidades dos Metabarões anteriores, mas com certeza é a personagem de menor importância na saga, não só pelo fato de ser mulher entre uma ideologia de homens, mas por se destacar menos e, por ultimo, Sem Nome que se estivesse em um dia ruim, desceria o braço no Superman, Goku, Thanos e Darkseid enquanto toma café. A verdade é que eles sãos guerreiros supremos. Perfeitos.

A série é muito envolvente, de verdade. O autor mostra do que um ser humano (ou quase isso) que acredita e vive por seus ideais (por mais esquisitos que sejam) é capaz d fazer, desde o inicio da linhagem até o final da mesma. Coisas como a duvida entre viver por algo em que se acredita ou pelo que é certo são discutidos em vários momentos durante a saga, mas acho que os melhores momentos mesmo são as passagens de Othon e do Cabeça de Aço.



Meu único revés é quanto ao final da saga. Talvez eu broche que esteja lendo isso, depois de falar tão bem, mas é aquele tipo de final que te faz pensar: caralho, pregaram tudo isso até aqui pra simplesmente dar um tom colorido (sem viadagem) no final?

Meu conselho: leiam. Para quem gosta de Space Opera, de personagens ricos e MUITO fortes, ou para quem gosta de histórias com belas artes (nisso Gimenez é mestre), a Casta dos Metabarões é prato cheio.

Alcofa (que vai reler a saga daqui um curto prazo, e se esbaldando com o FINALMENTE lançado Maiores Clássicos do Thor volume 4!!! Só falta o volume 5 para vermos a melhor luta de Thor de todos os tempos!!!)

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