Thursday, May 08, 2008

Lembranças

Ter lembranças de algo é sempre algo que pode cair sobre você de maneira esperada. Quando comemos aquela lasanha em algum local e já lembramos da lasanha da mama, geralmente com o comentário "a minha faz melhor" logo na sequência. Ou quando vemos/vivenciamos algo que nos lembra alguém querido que por um motvo ou outro sai de maneira abrupta ou não esperada de nossas vidas.



Estava eu mexendo nas minhas coisas socadas no fundo do armário e, acabei achando um monte de coisas da época em que jogava RPG (lá na minha adolescencia). Hoje em dia não jogo mais por pura falta de tempo e por desencontro de horários com os poucos amigos que ainda jogam. Mas enfim, não é sobre isso que quero falar. No meio das tralhas achei um texto sobre a "origem" de um personagem absurdamente absurdo (sim, absurdo assim mesmo, com redundância) escrito por um cara que foi um dos meus melhores companheiros nessa época, o Paulinho, hoje já falecido.



O Paulinho era aquele tipo de cara completamente maluco e engraçado. Bom, na adolescencia ou nós somos isso, ou somos uns chatos de primeira, ou um bando de punheteiros. Ou um mx de tudo isso ae. A verdade era que eu tinha este cara como um irmão mesmo. Vivíamos enfiados um na casa do outro e, lembro com saudades das tardes intermináveis jogando Falat Fury, Dragon Ball Z, Zelda e Metroid no mais saudoso ainda Super NES, o melhor game já feito até hoje (um dia eu escrevo sobre isso). Íamos direto ao cinema, shopping (só pra comer e fala merda), nas convenções de RPG e HQ (sempre minhas preferidas), enfim, éramos carne e unha, ou como eu mesmo sempre gostei de dizer, cú e bunda.

Mas as pessoas mudam. Isso é fato. Chega um momento de nossas vidas em que mudamos por algum motivo. E o Paulinho decidiu mudar justamente na adolescencia.

Ele se envolveu com gente da pesada. Pessoas erradas. Começou fazer tudo que fosse possível para ser errado e, infelizmente, seu caminho terminou da pior maneira possível: em morte. E feia.



Lembro-me até hoje o dia que tentei falar com ele sobre isso e ele me apontou uma arma e me perguntou o que diabos eu tinha a ver com a vida dele? Daquele dia em diante, eu desisti dele e, dois meses depois, ele nos deixou. Infelizmente.

E agora cá estou eu a lembrar de uma época quase tão mágica quanto foi minha infancia. Minha "aborrencencia" foi bacana: tive várias namoradinhas, vários amigos (que depois se mostraram como amigos da onça, mas isso faz parte), várias brigas (já fui até convidado a me retirar de uma escola por causa disso!), vários momentos que lembro com carinho ou saudade. Mas me lembrar desse cara em especial é sempre foda, porque sempre imagino o quão foda ele poderia ter se tornado. O cara era esperto, daquele tipo de gente que tem a malícia pra fazer as coisas do jeito certo. Pegava rápido qualquer coisa que você ensinasse a ele ... Uma pena.

E cada dia que se passa, sempre que noto que uma parte da minha vida se vai ou alguém que se afasta por qualquer que seja o motivo, eu fico pensando sobre qual é a porra do sentido da vida. Eu sempre acreditei que o sentdo da vida é ser feliz, sem prejudicar ninguém no processo. Viva a sua, eu vivo a minha e pronto! Simples. Mas cada vez que lembro de namoradas que por "N" motivos se foram, daquelas que você fala "essa eu caso";amigos que somem sem dar noticia ou que a vida leva; amigos que tornam-se inimigos ... fico me perguntando: vale a pena?



Muita gente diz "se apega em Deus que este tipo de coisa se resolve". Huuum, sei lá, não acho certo. Não tem haver comoigo. Nunca gostei de creditar meus problemas a Deus. Gosto dele só para agradecer mesmo, independente se estou em um momento ruim ou não. Acho um excesso de "falta de culhões" jogar tudo nas mãos dele, olhar pro céu e gritar "se fode ae e resolva, porra! Eu sou fiel!".

Não funciona assim.



Rock Balboa usou uma frase excelente em seu ultimo filme, sobre como encarar o que avida joga em você: você fica forte não é pra vencer na vida, e sim pra aguentar a quantidade de porradas que ela te dá e sobreviver a isso. Se vencer, ótimo!". Acho que as coisas funcionam assim.

Talve eu esteja em um péssimo momento pessoal. Talvez eu só esteja triste por causa de algumas coisas que vem acontecendo. talvez eu esteja assim porque to vendo cabelos brancos surgirem na minha cachola (preocupação?). Enfim, não sei.

Sei que tem dias que é difícil você olhar no espelho e dizer "vai lá campeão, pegue eles".



Alcofa (que está relendo Preacher nos encadernados publicados no Brasil... Wolverine é o caralho, Jesse Custer é "O" cara. Parafraseando o Doggma: na trilha: I Never Dreamed, cover do Lynyrd Skynyrd, cover versão pelo BLS)

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