Monday, December 11, 2006

Um clássico eterno!

Uma obra que tenha diversos elementos diferenciados de cultura pop é algo que costuma chamar muita atenção e, volta e meia, desagradar muita gente. Uma obra que tenha elementos de Western Spaguetti, filmes de Kung Fu, Anime, personagens caricatos no melhor estilo da linha Vertigo, e uma dose aqui e acolá de Splatter, ao meu ver é algo deveras audacioso, não é mesmo?

Pois eu estou falando de uma obra de um dos melhores criadores de boas histórias dos ultimos 10 anos.

Eu estou falando de Quentin tarantino e seu fantástico Kill Bill.



Acho que não tenho muitas linhas para falar sobre isso. Já escreveram milhões de caracteres sobre esta obra. E muita gente bem melhor do que eu já fez isso. Mas o que eu realmente queria esplanar aqui são as referências mais legais de KIll Bill, que muita gente NÃO pegou, principalmente no Volume 2, que ao meu ver é tão bom ou melhor quanto o primeiro.

O segundo filme é um verdadeiro Western Spaguetti, em todos os momentos. O primeiro é um grande filme de ação desenfreada, você mal consegue respirar, uma verdadeira carnificina. No segundo, nós temos um estilo de narrativa clássica e autentica do genero que ficou imortalizado nos anos 60-70. Eu mesmo sou um fã do gênero e, me emociono com algumas cenas do Volume 2. Estes dois filmes ficam melhores com o passar do tempo e, principalmente o segundo, que foi tão mal compreendido por muita gente.

O capítulo do Flash Back é uma homenagem gritante ao Western Spaguetti e os filmes Wuxia (ou Wusha) antigões. Nestes dois gêneros era muito comum a parada total do enredo para um flashback gigantesco, mostrando o porque do herói ser tão fodão (Wuxia) ou o porque dele ser tão enigmático (Western). Os filmes de faroeste spaguetti antigões também tinham uma caracteristica muito óbvia: voc~e nunca sabia direito se o herói era realmente um herói mesmo, ou se ele era só mais um safana qualquer. O personagem Blondie, imortalizado por Clint Eastwood na eterna e perfeita Trilogia dos Dólares (Por um Punhado de Dólares, Por uns Dólares a mais e o maravilhoso O Bom, O Mau e O Feio)era o exemplo-mor disso que estou falando. e Beatrix Kido fica no meio termo. Tudo bem que ela tinha todos os motivos do mundo para se vingar, mas desde quando ela é uma heroína? Ela era uma matadora profissional! Era uma pessoa que realmente não prestava. Dae a "influência" do Western Spaguetti na obra.



Outra característica marcante da obra: os personagens pitorescos na melhor linha de HQs clássicas como Preacher e Hellblazer. O Xerife que vai investigar o tal Massacre poderia estar em qualquer edição de Preacher facilmente. A maneira como Tarantino faz seus personagens ganharem vida na tela é muito semelhante a de HQs de boa qualidade: diálogos bem sacados e muitas peculiaridas pipocando a todo o momento, numa chuva tamanha de informação que, se você descuidar, voce deixar passar vários detalhes, que podem ser citações a cultura pop/nerd, frases célebres e várias outras "deixas".

A "luta das loiras" no Volume 2 figura entre o que de há de melhor entre ambos os filmes. A selvageria da mesma é digna das melhores HQs de quebra pau, que eu tanto gosto de escrever sobre as mesmas. Outra coisa muito bacana que os caras conseguem inserir nesta luta é o famoso "momento de espera", quando ambas possuem uma Hattori Hanzo em mãos e, ficam se estudando só com o olhar. Isto é algo tradiconal em obras orientais de Samurais principalmente. É só pegarem qualquer edição do Lobo Solitário e vocês notarão isso.



O tão comentado final é o grande apice do filme. O diálogo entre Beatrix e Bill é soberbo, cheio de referencias a tudo (mitologia das Hqs, cultura oriental) e, a luta que não agradou muita gente, ao meu ver, é perfeita em tudo: inicio, meio e fim, com o golpe secreto de Pai Mei. Muita gente se decepcionou porque queria ver algo na linha do Volume 1, mas como eu disse, este filme é um verdadeiro Western Spaguetti. Assistam qualquer filme da trilogia que citei que vocês iriam pegar a idéia que quis passar aqui. Vários filmes (inclusive o clássico O Bom, O Mau e O Feio) tem um filme na mesma linha, com muitos diálogos e uma batalha tão rapida que muitas vezes você fica sem entender direito o que rolou na tela.

Talvez Tarantino faça um Volume 3 daqui uns 10-15 anos. Eu realmente não espero. Não que não seja necessário. Mas o filme foi perfeito do inicio ao fim. Ao meu ver (e eu morro defendendo esta visão) obras como essa devem terminar por ae, porque muitas vezes continuações estragam de verdade certos conceitos.

Enfim, Kill Bill é algo para se ter em casa, ver, rever, ver novamente e comentar com os amigos.

Um clássico eterno.

Alcofa (que neste fim de semana viu novamente os dois filmes, um atrás do outro, e continua achando o segundo com mais cara de "clássico" que o primeiro. Escutando um bootleg do Nevermore ... ta na hora de sair um oficial)

1 Comments:

Blogger Leodozz tattoo e desnhos. said...

eu na verdade nao vejo como 1 e 2, e sim como um inteiro onde esse negocio de 1 e 2 e pro publico nao acostumado a receber tanta informacao. E facil reparar no cinema aquele povo sem cultura,e sao muitos, que ficam dando seus comentarios em voz alta, na hora do anime, e na hora que fica pretoe branco entao... e para eles que jamais aguentariam ficar setados quase 5 horas o film foi dividido ...

8:25 AM  

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