Friday, December 08, 2006

Kirkman, um cara que realmente merece atenção

Invencível. Os Mortos Vivos. Battle Pope. Marvel Team Up. Marvel Zombies. E mais alguma coisa ae que eu provavelmente to deixando de fora. Tornei-me fã do Robert Kirkman em tempo recorde, ao ler o primeiro arco de HQs do Invencível.

O que vemos ali é um texto claro, coeso, divertido, extremamente atual e, contraditoriamente, clássico. As HQs do Invencível lembram, e muito, a fase áurea e clássica do Homem Aranha. Vemos um garoto qualquer tentando lidar com seus poderes e tentar levar a vida da maneira “mais normal” possível, dentro do quesito normalidade da família dele, afinal, seu pai é o super herói mais poderoso da terra.



Kirkman consegue abraçar um publico bem grande com suas HQs. Mortos Vivos fala sobre os seres humanos em sua essência, e os defuntos ambulantes são meros coadjuvantes. Uma HQ daquelas obrigatórias para se ter em casa. Da mesma maneira que os filmes de George Romero, a HQ consegue com todo o louvor mostrar o que há de pior (e melhor) na escoria que somos nós, humanos. Até com Marvel Zombies ele conseguiu passar esta idéia, com um atormentado Homem Aranha “zumbificado” usando sua mascara para poder fugir da vergonha das atrocidades que cometeu desde o momento em que tornou-se zumbi. Sou fã de carteirinha destas aqui, mas, como eu sempre digo, os heróis “de capa e cueca por cima da calça” sempre foram as minhas leituras preferidas.



Nas HQs da Marvel Team Up ele consegue a mesma proeza que faz em Invencível: historias aparentemente “comuns” de heróis, mas que lá no fundo tem como objetivo maior divertir acima de tudo. E eu vejo as HQs assim, como um instrumento de diversão e entretenimento. E quer algo mais divertido do que Battle Pope?

Battle Pope pode ser considerada, ao lado de Groo, Plastic Man e algumas outras ae como um verdadeiro clássico no gênero “dar risada”. E olha que ela só teve 11 edições. O Papa poderia dar um cacete em vários vilões – e alguns heróis, inclusive – de qualquer universo. Merece o termo mega fodônico com todo o louvor. Agora com o relançamento pela Image Comics e em versão colorida (ficou muito bacana), rola um papo que talvez os autores originais retomem a série com uma periodicidade bimestral. Vamos torcer para isso!



As HQs de Kirkman em sua essência são puro entretenimento (excluindo Mortos Vivos, que lá no fundo dá para fazer boas reflexões com as histórias, mas que também divertem igualmente como qualquer outra escrita por este cara), e isso faz dele um cara “monstro” no meu conceito de escritores de HQs, ao lado de caras como John Byrne (que não agrada todo mundo), Garth Ennis, Marv Wolfman e Geof Johns. Não, eu não estou esquecendo caras como Alan Moore, Grant Morrison, Frank Miller e tantos outros “gênios”, mas acho que as HQs que eles escrevem, no geral, não são “puro entretenimento”. São obras para você enxergar com uma visão um tanto diferente, mais aprofundada. E muitas vezes a obra destes escritores vem com dizeres do tipo “sugerido para leitores maduros”. Mas algumas são uma viagem TÃO GRANDE que é melhor você fumar um baseado (maconha, para os leigos) antes – e depois! – de ler tais HQs.

Eu sou da turma que gosta de ler HQs descompromissadas. Sim, eu não ignoro coisas como “A Liga Extraordinária” nem “Flex Mentallo”, muito menos o lendário “Cavaleiro das Trevas”, mas eu realmente ADORO ver uma HQ simples na sua proposta e competente no resultado final. E neste quesito o Kirkman realmente arregaça!

PS: a Panini vai lançar uma versão única de Cavaleiro das Trevas, com a original e sua seqüência, tudo junto... alguém ae ta pensando em 70 reais??

Alcofa (que ta desesperado atrás dos scans de Battle Pope, pois os meus foram afanados por um maledito ae ... tava gravado em cdr e o féladaputa fez o grande favor de sumir com o cdr... Escutando o primeirão do Brand New Sin, auto intitulado... cara, cada dia que passa eu gosto mais desta banda!)

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