Ok, desta vez, eu me rendo!

Que eu sou um crítico de mão cheia, isso não é segredo. Muitas vezes eu exagero em alguns aspectos, mas em outros eu acho que acerto (tipo afirmar que o Batman não ganha do Cap e aquele blá-blá-blá de sempre). Há pouco tempo atrás, comentei brevemente a obra gigantesca de Grant Morrison: Sete Soldados da Vitória. Agora que a obra foi concluída (quem não terminou de ler de vez não se preocupe, eu não vou contar o final), acho que dá pra dar uma opinião mais concreta sobre uma obra do cara que eu não sou um grande fã e nem acho que ele mereça o titulo de "Deus".

Se esta mega história tem méritos reais, acho que dá pra destacar os seguintes:

1 - Muitos personagens com conteúdo: temos sete personagens cada qual com sua trama que acabam interligando-se umas com as outras ou influenciando de alguma forma em dado momento. Cada um deles tem a sua "mitologia" explicada em sua primeira edição e sua trama contada de maneira bem fluente nas seguintes e, isso ele conseguiu fazer com todos os méritos e com todos os personagens. Alguns com maior destaque (proposital, ao meu ver) mas nada que atrapalhe. Todos eles poderiam até ter suas tramas estendidas para ter mais conteúdo, mas analisando a obra depois de seu final, foi mais do que satisfatório a maneira como foi feito. Alguns são meras versões "revisitadas" de alguns personagens antigos (como o novo "Cavaleiro" Andante)e outros acabam por se parecer DEMAIS com outros personagens, que foi o caso do meu preferido, o Frankenstein, que acabou por se assemelhar demais com o personagem Doc Frankenstein, dos irmnãos matrix.



2 - Fator releitura: não tem jeito. Ao acabar de ler, uma das primeiras coisas que quase todos irão fazer é reler a saga toda novamente. Ou na ordem "proposta" de leitura ideal (como foi publicada por aqui) ou na ordem de publicação (que é a maneira como vou reler).





3 - Referências: isso é indiscutível. A obra em si é uma referência a praticamente tudo da DC Comics, em maior ou menor aspecto. Sejam os momentos em que GM abusa de metalinguagem ou quando ele cita tudo quanto é coisa possível do panteão DC, isso é algo que não dá pra escapar ao ler a obra. Uma hora ou outra você se depara com algo que já ou que te lembra algo. E isso acaba por criar as eternas (e sempre agradáveis) "discussões" amigáveis em blogs, mesas de boteco (onde um dia eu e meus amigos blogueiro0s de longa data beberemos até cair e xingaremos uns aos outros para defendermos nossos autores favoritos...:P), metrô, onibus ou qualquer que seja o local/situação.



4 - Longevidade: esta saga vai dar o que falar por muito tempo. Acreditem. Continuo achando que Grant Morrison tem uma fama que não se iguala ao seu talento (sem desmerecer), mas ele usou de uma linguagem tão bacana para cada personagem que, é impossível você não reler isto aqui algumas vezes, comentar ela diversas vezes e, lá na frente, reler de novo. Eu tenho um vício meio esquisito que é o de reler algumas HQs (ou arcos/sagas) que eu acho mega-fodônicas demais uma vez por ano. Entre elas se encontram Watchmen, Cavaleiro das Trevas, algumas coisas de Sin City, o arco em que o Capitão América abandonou o posto, a fase de John BYrne com o Hulk (e quase tudo que o cara produziu para a Marvel nos anos 80)e outras coisas. Esta obra entrou de imediato no rank "mega fodônico" de ser. Vai valer a releitura.



5 - Abordagens diferentes demais entre os titulos: as histórias do Cavaleiro Andante tem aquele ar de heroísmo em excesso. As da Zatanna tem aquele ar de "foi escrito com o cara movido à acido". As do Frankenstein (as melhores!) tem ar de plágio descarado mesmo! hauhsduehuah! E por ae vai. Cada uma delas tem o "ar" do personagem e, vemos que nenhum deles é necessariamente um herói de verdade, são somente soldados com um propósito (mesmo que a grande maioria não saiba disto). Só teve um unico titulo em que eu torci o nariz de verdade e falei "tá bom , e dae?" ao terminar de ler: as do Senhor Milagre contém o "genialismo" típico de GM em excesso. Ou seja: se você não se dopar antes de ler as histórias, talvez você não absorva quase nada do que é proposto nas mesmas. Mas não estraga ou atrapalha a obra. Fica meio fora de foco, na verdade. E uma das coisas que ajudou um pouco para isso foi a tradução. Nada contra a mesma, mas muito da série do Sr Milagre perdeu-se devido a tradução.



6 - Clássico e Moderno: outra façanha desta obra. Ela consegue em quase toda a sua extensão soar clássica e moderna ao mesmo tempo! Nas HQs do Guardião e do Cavaleiro isso é óbvio (clássico) e, sem muito esforço, você discussões bastante atuais nas HQs do Sr Milagre e nas da Projétil (EITA MULÉ GOSTOSA!!!!). É um mérito que devo reconhecer.



7 - Os Sheedas: tudo é muito legal, tudo é bem planejado, mas nenhuma história de supers que se preze pode passar sem bons vilões! E nisso, os Sheedas dão aula! Não vou falar muito sobre eles aqui em respeito aos que ainda não terminaram ao leitura mas, ao chegar ao final e ver quem eles REALMENTE sao, foi de foder! Excelente! Dá até para pensar duas vezes se você REALMENTE quer saber sobre o que reside no final dos tempos...



Agora que temos a obra concluída em terras tupiniquins, fica aqui meu pedido para o povo da Panini, que de uns tempos para cá vem lançando muita coisa da era paleozóica das HQs: lancem os volumes da série "archive editions" dos SSdV! Já que o próprio Morriosn e os editores dizem para você "rever" tudo referente a obra, nada mais válido do que este lançamento, não acham?



Muita gente pode até achar que eu to me contradizendo ao terminar de ler este post, mas, eu admito: quando é bom de verdade, merece ser resenhado!

Se você quiser ver trilhões de referencias da obra, dá uma olhada neste site, mas fica meu conselho: só depois de ler a obra toda!

Grande abraço e boa leitura para aqueles que decidirem encarar!

Alcofa (que anda meio paradão com net porque eu ando jogando muita coisa online, desde Silkroad até partidas de Age of Empires (ando tomando uns cacetes homéricos...), Dawn of War (ultra mega hiper fodonico este game!)e Quake ... sem falar nas dezenas de horas vendo filmes ... vida de nerd é dificil !