Friday, March 02, 2007

Resenhas de CD

Machine Head – The Blackening


Muitas bandas usam e abusam da palavra “peso”, e o MH é uma delas que o faz com maestria. A banda tem altos e baixos, mas desde seu ultimo álbum (Through the Ashes of the Empire), os caras meio que decidiram voltar a fórmula de seu maior sucesso, o debut “Burn my Eyes”, álbum que nasceu clássico.
O novo trampo do MH começa com uma musica de mais de 10 minutos e, quando Rob Flynn (líder da banda) disse que faria o Master of Puppets do novo século, ele chegou próximo disso. Sem perder as características da banda, os caras criaram um álbum quase perfeito, de tão bom. Logo que o álbum saiu, eu já disse de cara que gostava mais do anterior, mas escutando este com atenção (e com o devido fone de ouvido), dá para perceber como as canções foram bem planejadas. O que temos aqui é um verdadeiro álbum de “Neo Thrash/Thrash Metal” que, pode figurar sem dificuldade alguma entre os melhores lançamentos do ano. As composições não dão atenção somente as partes ultracadenciadas (marca registrada do MH, que possui sons de literalmente quebrar o pescoço, como Ten Ton Hammer), mas sim a boa e velha “palhetada abafada”, marca mor do Thrash Metal old school. Ora ultravelozes, com paradas cadenciadas, ou paradas gerais para partes melódicas, temos aqui um daqueles álbuns para você ficar surdo de tanto escutar. Saindo o original, eu compro na boa.



Manowar – Gods of Metal

Esqueçam a pose, as frases de sexo explicito com o Heavy Metal (porque o que a banda prega não é amor ao metal, é uma orgia ao metal), e as fotos do calça de couro colada e enfiada no traseiro. O Manowar é uma das melhores bandas de metal de todos os tempos, pioneira em seu estilo, onde o peso reina absoluto. Todos os álbuns da banda são verdadeiramente bons, com exageros aqui e acolá (como a faixa Achiles – Agony and Esctasy in 8 parts), mas tudo sempre é de extremo bom gosto. Quando o álbum anterior saiu (Warriors of the World, 2002), muita gente torceu nariz, disse que o Manowar perdeu velocidade, isso e aquilo. Pura baboseira, porque aquele é um dos melhores álbuns da banda, isso é fato. O que seria esperado para um próximo álbum seria uma continuação natural, certo?
Errado!
O Manowar em 2002 compôs algumas musicas excelentes no WotW, como a perfeita Nessum Dorma (uma homenagem, na verdade), Dixie (um hino regional americano), e as composições orquestradas, todas perfeitas.
E o que vemos aqui é justamente isso, um álbum REPLETO de composições orquestradas, todas de um bom gosto terrível (no bom sentido, claro). São tão pesadas e intensas que, se você fechar os olhos e se esforçar um pouco, consegue ver os Drakkar mar afora. Para quem não sabe , era uma típica embarcação Viking. Todas lembram (e muito) as composições do mestre Richard Wagner, comparando o peso de suas composições com as do Manowar.
Mas ae reside o problema. São composições demais deste tipo, quase todas com narrações, e varias parecendo trilhas sonoras de filmes. Lembra alguma coisa? Claro que lembra... Rhapsody of Fire.
O RoF é uma grande banda, com grandes composições. O foco é outro, é verdade, e o direcionamento do peso das musicas também. Mas que LEMBRA, isso é fato, e o Manowar sempre foi conhecido por ser único no que fazia.
Um bom álbum, que foge completamente da tradição da banda, mas como eu sempre digo: inovar é bom!


Alcofa(que adora tudo sobre os Vikings e achou as composições orquestradas de muito bom gosto, escutando somente estas faixas)

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