Let's Kill em All!

A vantagem de andar para lá e para cá no transito caótico de Sampa e de transporte público é que você tem MUITO tempo livre para ler. Tudo bem que sempre tem aquela poluição sonora dos infernos, como uns idiotas que escutam música no celular sem o fone, e, como brasileiro tem gosto musical igual a merda, às vezes você é obrigado a ficar olhando feio pra pessoa até ela se tocar que está sendo incomoda. Nem sempre funciona ...

Final de ano é bom e ruim ao mesmo tempo. Bom porque você recebe o tão desejado décimo terceiro e ruim porque você gasta o infeliz mais rápido do que recebeu ele... No meu caso, uma parte foi gasta com livros. MUITOS. Comprei todos os livros da série Artemis Fowl (semrpe escutei sobre a mesma, mas nunca tinha me aventurado. Já comecei a ler e futuramente comento aqui), algumas coisas sobre mitologia (vício já bem antigo, literalmente), HQs (claro) e, um livro que comprei por causa do autor. Vi alguns comentários sobre o tal livro, mas não havia me interessado. Decidi arriscar. O livro em questão é Baltimore e o Vampiro.



Quando o assunto é o sobrenatural, poucas coisas me deixam mais DESINTERESSADO do que Vampiros. Acho que por muitas vezes eles tem um hype exagerado na mídia. E com a explosão do RPG Vampiro A Mascara e a legião de retardados neófitos que espalhou-se mundo afora achando que são Vampiros (e queimando o filme de um monte de jogadores de RPG por causa disso), dae foi que eu me desinteressei mais ainda. A questão é: o livro em só NÃO É sobre Vampiros. E isso foi o que me deixou mais feliz logo nas primeiras páginas. O sobrenatural toma conta do livro todo, mas são vários casos relatados aqui e acolá. Pra não estragar a supresa de ninguém: o livro conta a tragédia do Capitão Baltimore nos campos de guerra, quando sem querer ele desperta o mal dos Vampiros e, consequentemente, inicia uma praga dos mesmos sobre a Europa.



O personagem principal (Baltimore) é muitas vezes um mero coadjuvante. Ele é mais citado no livro do que qualquer outra coisa. Os personagens que tem mais destaque são seus "amigos": um marinheiro, um soldado e um médico que se reunem em um bar para encontra-lo e, como o mesmo demora a chegar, acabam por contar relatos "sobrenaturais" que vivenciaram. E aqui está o maior trunfo deste livro! Vemos que os autores (principalmente Mignola, que entende muito de mitologia e coisa do cramunhão) foram extremamente cuidados nestes trechos do livro, pois é aqui que você literalmente gruda no livro! Quando Baltimore "aparece" no livro (seja nos relatos de seus amigos ou quando ele vivencia uma batalha mega fodonica macho bagarai), é de tirar o folego, mas são seus amigos os verdadeiros protagonistas do mesmo. E um ponto interessante sobre o que é o livro: ele é tão denso quanto Drácula e outros clássicos do terror, mas ele NÃO É sobre isso! Ao meu ver, ele é uma visão sobre a guerra em si, as consequencias da mesma e seus pesares.

Baltimore é o clássico personagem "eu sou foda pra caralho, por isso não se meta comigo". Ele já é singular só pelo fato de não ter uma perna (perdida na guerra), mas o que mais chama a atenção nele é sua obstinação e devoção a sua causa. Mais um que pode entrar pro hall "O" cara.



Leitura altamente recomendada!

Alcofa (que literalmente comeu o livro, vai reler daqui há algum tempo, lendo Artemis Fowl e achando uma leitura extremamente leve, porém longe de ser boba como o Harry Potter, que vive tentando enfiar a varinha no rabicó ... escutando Superjoint Ritual, Personal Insult)