Tuesday, October 24, 2006

Cadê as Sagas Espaciais??

Tava dando uma arrumada básica na minha coleção de HQs, e notei que as grandes sagas cósmicas estão meio em falta. Vocês notaram? Tudo bem que acabamos de ver aqui em terras brazucas uma mini série de Adam Strange e logo mais teremos a aguardada conclusão de Contagem para Crise Infinita, quem em seu mix apresenta a Guerra Rann-Thanagar. Há algum tempo vimos a mini Abismo Infinito, que trazia o malandro Thanos aprontando novamente das suas no espaço. Mas, se compararmos o cenário espacial atual com o apresentado nos anos 80 e uma parte dos 90, a quantidade está bem baixa, diga-se de passagem.

Na Marvel, vimos coisas como Guerras Secretas nos longínquos anos 80, a guerra Kree-Skrull (que foi republicada aqui no Brasil! Ueba!), as infinitas sagas do infinito (Desafio Infinito, Guerra Infinita, Cruzada Infinita e mais alguma infinita que eu talvez não me recorde), Operação Tempestade Cósmica, que muita gente idolatra até dizer chega, mas ao meu ver é um material bem mediano. Em tempos mais recentes, lá pelo ano 2000, vimos a pequena e interessante Live Kree or Die que é conseqüência direta dos eventos da O.T.G (não lembro com que nome saiu no Brasil, mas saiu em uma edição única de uma das muitas versões de Grandes Heróis Marvel, após os eventos de Heróis Renascem, que foi uma mega escorregada da Marvel), além da citada Abismo Infinito. Sem contar nas diversas aventuras vividas pelos Vingadores e defensores da Galáxia nos saudosos anos 80 (merecia uma republicação).

Pela DC, a quantidade também foi boa: a maior com certeza foi Crise nas Infinitas Terras, que teve viagens pelo espaço, para outras dimensões, realidades e afins. Tivemos também as desventuras da Liga da Justiça no saudoso titulo sob a tutela de Keith Giffen, onde volta e meia eles se enrolavam com o maluco Manga Khan. Em tempos mais recentes, tivemos DC Um Milhão, que teve uma ótima idéia inicial, e foi razoavelmente bem na sua proposta, além das novas em folha, citadas lá em cima. Também não posso deixar de citar invasão, que teve altos e baixos, mas agrada num contexto geral.

A verdade (ao meu ver) é que as sagas ou arcos que envolvem elementos espaciais nos mostram uma coisa que geralmente é esquecida em aventuras ambientadas na terra ou no titulo do personagem: nível de poder.

Vamos lembrar da antológica Thanos em Busca de Poder. Lembram quando Thanos encontra o Campeão? Puta que pariu, aquilo lá é o significado da palavra OverPower em sua enésima potência! O cara já é forte bagarai, derrotou gente do calibre de Colossus, Coisa, Magnum e saiu no pau bem nivelado com Thor, Hulk e o Surfista Prateado (tirando o clash of titans com o Surfista, nenhuma das outras foram publicadas em terras tupiniquins... cortesia da Abril Jovem, claro. E para quem quiser ver esta briga, procurem por Grandes Heróis Marvel 1a serie, numero 33). Quando ele se encontrou com Thanos, ele estava turbinado pela Jóia do Poder, uma das que compõem a Manopla do Infinito e, em uma manobra para lá de esperta do malaco Thanos, ele explode o planeta inteiro com uma porrada! Sem falar que na mesma HQ, Thanos joga o infeliz em um planeta, sem proteção alguma... Deve ter doído!

Pela DC, um dos melhores exemplos para mim é quando o Superman vai para o espaço, fazendo um auto exílio (aquele arco merecia ser republicado!). Lá, o vemos um pouco mais fraco que o habitual (devido à distância do Sol Amarelo) e, mesmo assim, envolvido em combates homéricos! E o que dizer da LJA na fase sob a tutela de Grant Morrison, quando vemos os marcianos aqui na terra? Aquilo sim é demonstração de poder! Ou quando foi publicada a saga 3a Guerra Mundial? O Superman no front de batalha no espaço contra o Anti-Sol, Maggedon? Ou a Liga da Injustiça detonando a base na lua? E ainda na DC, outro exemplo gritante de poder nas aventuras cósmicas era as aventuras dos Novos Deuses, tanto sob a tutela de Walter Simonson (também ignoradas no Brasil... DC ++ na cabeça!) quanto do polemico John Byrne (ver Orion detonando todo mundo e o senhor Milagre em ação sempre é lindo). E como ultimo exemplo, mas não de demonstração bruta de poder, mas sim de experiência cósmica é a também clássica Odisséia Cósmica. Ver o Caçador de Marte (na época com nome de produto de limpeza) sobreviver tranqüilamente à explosão de um planeta, e ainda ver o anel de poder proteger a anta do John Stewart foi algo bem legal!

Um detalhe: quase todas as sagas que citei foram do mestre Jim Starlin, que realmente entende do riscado quando o assunto é “cósmico”.

Acho que está faltando algo de nível cósmico mesmo. E não me refiro a Crise Infinita. Mas sim ao fato de que é legal quando vemos um batalhão de heróis unidos em uma causa comum, e dando tudo de si. Ok, eu admito: veremos isso em Crise Infinita, mas eu quero é saber se vai ter tudo isso no espaço! Os X-mer.. ops, Men, também já tiveram momentos memoráveis em sagas ambientadas no espaço. Vejam só os exemplos da Ninhada, suas viagens para Shiar e, porque não dizer, a pequena viagem da Fênix Negra para detonar um planeta, só para ficar palitando os dentes depois?

Acho que ta faltando um pouco de Galactus “old school” para dar algum trabalho no espaço. Os heróis que tem estas ambientações como seus “motes” estão meio ou totalmente perdidos nas cronologias de suas editoras. Na Marvel, temos o Quasar-imitação-descarada-do-Lanterna-Verde que só aparece em aventuras dos Vingadores (apesar de que, se bem me lembro, ele agora se tornou uma espécie de portador do Ego, o planeta vivo... melhor ficar longe daqui!), o Surfista Prateado que já teve fases gloriosas, mas que ficaram no passado. Isso sem mencionar o povão do fundão da sala, a galera do infinito, que possui infinitos membros e... deixa eu parar com os trocadilhos cretinos. Na DC, tínhamos um titulo totalmente dedicado ao assunto, a L.E.G.I.Ã.O, que teve bons momentos nos anos 80 e inicio dos 90. Sem falar que ela trouxe ao mundo um dos melhores personagens da DC: Lobo! Porra, em seu início de carreira, ele era tudo e mais um pouco. Todos adoravam ler Lobo! Mas infelizmente o personagem caiu no marasmo e esquecimento. Para comprovar isso, é só ler esta ultima mini do Lobo, intitulada Sem Limites. Deveria ser “Sem Noção”. A L.E.G.I.Ã.O era publicada na extinta DC 2000, que funcionava como uma espécie de SAM da DC Comics. Além do titulo citado, também tínhamos Starman (que também tinha seus momentos cósmicos de ser) e as aventuras excelentes do Homem Animal. Era um mix bem bacana.

Eta época boa.
Alcofa (que acha que o novo Capitão Marvel é muito engraçado, porém MUITO mal aproveitado também... querendo ver um quebra pau do Maestro/Hulk/Gladiador/Campeão/Superman/Lanterna com alguém em proporções cósmicas, porque realmente ta fazendo um pouco de falta vermos pedaços de planeta voando para tudo quanto é lado! Escutando a discografia do Meshuggah, e achando isto deveras insano! O que significa que é bom!)

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