Monday, September 17, 2007

Falar de referências é bobagem...

Eu nunca gosto de falar sobre algo quando este algo em questão está “em alta”. Acho que eu faço parte dos caras que nadam naturalmente contra a maré. Não sei se é porque tudo que é mais difícil tem mais valor depois de concluído, mas a verdade é que eu não gosto mesmo.

Sou um cara que quando lê/assiste/escuta algo e percebe que isso é cheio de referencias a algo da cultura pop em geral, fico feliz. Gosto de “pegar” as referencias, mas sem abitolar no assunto. Resumindo: eu não gosto de dissecar obras. Gosto de apreciá-las. Simples assim. Quando vou comer um prato, não tento ficar imaginando o conteúdo de cada ingrediente dele. Eu simplesmente como. Se gostar muito, tento aprender a receita. Não tenho paciência para tentar adivinhar que tipo de manjericão foi usado no prato e blá-blá-blá. Quando vou escutar uma musica e vejo que sua letra tem referencias a cultura ou mitologia, por exemplo, gosto de tentar entender a obra como um todo, mas não tento descobrir se o cara do Grave Digger gosta de escrever sobre Siegfried porque ele era fodão em combate ou porque ele traçava a Frida direto. Enfim, não importa. Ou melhor: I don’t give a fuck!

Mas quando o assunto é HQs e cinema, ae eu dou um pouco de atenção.

Se tem um cara do qual eu realmente NÃO SOU FÃ, é Grant Morrison. Já li quase tudo do cara, desde Homem Animal (bom), Invisíveis (não consigo de jeito nenhum ver toda a grandiosidade que a galera diz que esta obra tem), sua fase na LJA (com altos e baixos, mais baixos, diga-se de passagem), sua fase nos X-Men (por insistência do Luwig e, por incrível que pareça, gostei bastante do que li), sua WE3 (muito, muito bom) e mais recentemente, sua excelente fase no All Star Superman. É a melhor coisa que eu leio do Azulão em muitos anos.

Mas se tem algo que o junkie careca escreveu e eu to babando de ansiedade para ler o final, é Sete Soldados da Vitória.

Tudo aqui é uma referencia. Desde o grupo original até historia antiga, mitologia clássica da DC Comics, ocultismo, a desmistificação de vários “X’s” da DC em mistérios até então não abordados, enfim, SSdV é perfeito. De verdade.



O fato de ele ter mexido com um dos meus personagens preferidos na mitologia dos Novos Deuses, o Sr Milagre (Shilo Normann, a 3ª pessoa a encarnar o “manto do milagre”) foi o que realmente me chamou a atenção para esta minissérie. Já disse: não sou fã do cara. Nem fodendo. Prefiro um milhão de vezes em ler algo de Kurt Busiek do que ler algo do Morrison. Existe uma diferença em querer ser original DEMAIS e ser original DE VERDADE. Esta é a linha que separa Morrison de Moore, por exemplo. Mas enfim, o objetivo deste texto não é este.
Eu não fui atrás dos scans de SSdV (que já estão disponíveis há muito tempo, cortesia do pessoal do GibiHQ) porque fiquei sabendo que ia sair no Brasil e tals. Decidi esperar a publicação. E a cada edição que termino, conto os dias para chegar à próxima! E pior: o meu tão querido Sr Milagre nem apareceu direito na HQ (só veio surgir agora, na edição 5 nacional que segue a ordem de leitura “ideal” para uma melhor compreensão da saga), mas os personagens que vieram antes dele já roubaram minha atenção de uma maneira terrível! Todos eles são ricos em detalhes, tão cheios de vida e características próprias e, ao mesmo tempo, conseguem possuir “referencias” a personagens clássicos que, é gratificante você pegar os detalhes. A idéia de escrever a trama de uma maneira que os atos/acontecimentos de um título influenciem outro em algum ponto também foi uma grande sacada. Nota dez. Pode ser eleita uma das HQs do ano no Brasil, com folgas.



Mas a palavra referencia não se resume só a Sete Soldados da Vitória. Também temos Astro City na jogada.

Fiz um post recente sobre a publicação da série no Brasil (que já está em sua 3ª editora, a Pixel Media). Quando eu leio Astro City, vejo que ela é nada mais do que uma grande homenagem aos títulos do passado, da inocência perdida, mas às vezes é impressionante como ela consegue soar forte e atual. Tudo lá é quase uma cópia de algo da Marvel ou da DC. Isso não é negado em momento algum. Mas é na maneira como seus arcos são escritos que reside o charme real da série. Enfim, não vou voltar a falar de Astro City, porque eu me estenderia demais e soaria repetitivo (se já não estou sendo). Estou falando sobre referências aqui.

Saindo um pouco das HQs e indo em direção a telona (ou telinha, no caso). Este fim de semana (15/16 de setembro) fiquei de bobeira em casa e, decidi assistir na seqüência (acreditem, eu fiz) todos os filmes do Quentin Tarantino (excetuando Grindhouse, porque ainda não consegui uma cópia decente da parada). Cães de Aluguel. Pulp Fiction. Jackie Brown e Kill Bill.



Todos são perfeitos, do inicio ao fim. Mas Kill Bill foi o filme que deu aquele “a mais” de verdade na carreira do Sr cara de Frankstein. As referencias/homenagens vão desde Wester Spaguetti (mais presentes no volume 2) até filmes/seriados de Kung Fu chinês, filmes japoneses de samurai (legal ver como QT mostrou de maneira quase imperceptível o ódio milenar entre japoneses/chineses na sua obra), Comics, animação japonesa e claro, uma homenagem/referencia a si próprio, mais especificamente seus dois primeiros filmes, onde a característica “mor” são os diálogos pra lá de bem sacados, e que foram o desfecho perfeito do volume 2. confesso que na época o final do segundo volume foi um verdadeiro banho de água fria, mas vendo o filme agora, pela 5ª vez, anos depois de seu lançamento, vejo a clara “referencia” aos finais apoteóticos e únicos dos Westerns Spaguettis. Vejam o final de O Bom, O Mau e O Feio e assistam na seqüência o final de Kill Bill. O sentimento é o mesmo.

Enfim, ver/ler/escutar obras lotadas de ganchos a outras coisas é sempre gratificante. Nem tanto para perder horas a fio para descobrir cada coisinha que o cara quis homenagear (minha nerdice tem limites), mas sim para ver o cuidado/preocupação que o fulano em questão teve ao fazer isso.

Alcofa (que acreditem se quiser, vai ver Kill Bill 1 e 2 de novo logo mais...)
|

Épico

Nossa. Já fazia muitos meses que eu não escrevia do meu pc, em casa mesmo. 99% dos textos que publico por aqui são coisas digitadas no serviço nas horas de ócio, que a cada dia que se passa tornam-se mais e mais escassas. Chega a ser engraçado, porque este teclado está TÃO novo que fica até difícil digitar algumas coisas. Meu pc é usado basicamente para escutar mp3, ver vídeos que pego na net e ler scans.

Recomeçando. Quando decidi escrever este post (algo há mais ou menos uns 6 meses), eu já tinha seu titulo na cabeça. Épico. Mas agora que cheguei neste ponto, não sei nem se devo realmente escrever sobre o assunto ao qual eu me apaixonei de uns meses para cá. A Torre Negra.



Vou confessar: antes da mega saga de Roland e seu Ka-Tet, eu nunca tinha lido nada pra valer de Stephen King. Já tinha lido algum conto aqui e acolá, visto filmes dirigidos pelo mesmo (e vários outrs de adaptações de suas obras). Mas pegar um livro, sentar e falar “vou ler”, eu estaria mentindo se afirmasse isso com qualquer uma das obras de King.

Stephen King é duramente criticado. Talvez até justamente em alguns pontos, mas em outros é geralmente criticado por aquela meia dúzia de gente que alega que só Shakespeare é que é bom e blá-blá-blá. O jeito de escrever dele realmente é “comum”, por assim dizer. Afinal, ele não é conhecido como um dos melhores escritores populares do mundo à toa! Eu gostei de sua maneira de escrever que é sempre extremamente clara. Pode até surgir alguém que fale que ele não acrescenta nada culturalmente e cargas d’água, mas sinceramente? Foda-se. Eu realmente não tenho muita paciência com gente que “escreve difícil demais”, seja obras de literatura ou até mesmo blogs. Na verdade, tem gente que produz uns textos tão “perfeitos” na net que possuem assuntos deveras interessantes, mas ler os mesmos às vezes é um saco.

E mais uma vez eu divaguei bagarai. Sorry. Mal aê.

Na saga da Torre Negra somos apresentados a Roland Deschain de Gilead, mais conhecido como “O Pistoleiro”. Ele vem de uma nação onde sua família descende diretamente de Arthur Eld, que foi um dos maiores reis que já existiu (em bom português: ele descende do Rei Arthur). Sua família e seu clã de “pistoleiros” são responsáveis por pacificarem o mundo onde a maior parte da história ocorre. A historia começa com um Roland de idade já um tanto avançada (por volta de uns 40 anos) perseguindo um homem conhecido apenas como “O Homem de Preto” através de um deserto. Ele persegue tal homem porque acredita que ele pode revelar detalhes que o ajudem em sua busca pela Torre Negra. Mas que porra é afinal a Torre Negra?



O primeiro volume da série é basicamente isso. Roland correndo através do deserto atrás do Homem de Preto (também conhecido como Walter das Sombras). O primeiro volume é relativamente curto (pouco mais de 200 páginas) e serve para algumas coisas básicas: te deixar com vontade de ler o segundo, pois este não explica PORRA NENHUMA sobre a série em si; apresentar Jake Chambers, um garoto de New York que acompanha o Pistoleiro durante algum tempo e morre no final do livro (porque o pistoleiro assim permite); dar alguns detalhes sobre o mundo pós apocalíptico onde a história ocorre (onde vemos que o mundo é descrito como “foi adiante”); e principalmente, mostrar que Roland é gritantemente inspirado em Clint Eastwood e seu lendário “Homem sem Nome”, personagem de faroeste mais icônico da historia do cinema. Me desculpem os fãs de John Wayne, mas Eastwood é sempre será o cowboy máximo da telona. O livro termina com Roland ganhando uma série de orientações sobre sua busca (do próprio Homem de Preto) e com um monte de detalhes sobre a Torre Negra revelados, como o de sua função: ela é o nexo onde todas as realidades se encontram e, por algum motivo, ela está correndo perigo de ser destruída e, se isso acontecer, tudo deixará de existir. Walter também revela que Roland não conseguirá concluir esta tarefa sozinho, e que pessoas surgirão para acompanhá-lo em sua busca.



Termina aqui o primeiro livro.

O que é mostrado no segundo e terceiro livros (A Escolha dos Três e Terras Devastadas) é muito bom. De verdade. Aqui é onde a saga ganha cor, conteúdo e principalmente, agilidade. O primeiro livro é bem fácil de notar que foi escrito por alguém jovem. Demais. E isso é claramente remediado nos livros seguintes. Em “A Escolha dos Três” vemos Roland vir ao nosso mundo real através de portas, onde ele invade o corpo de pessoas quando as atravessa. A primeira porta ele atravessa e encontra Eddie Dean, que vem da Nova York dos anos 80. Um típico viciado em heroína da “década da perdição”. Roland o traz para seu mundo através da mesma porta e, daí para diante os dois criam uma relação de amor e ódio. O segundo personagem é ainda pior: Odetta Holmes, uma negra ativista dos anos 60. Vitima de um maluco que a empurrou na linha do trem, ela perdeu as duas pernas. Anda de cadeira de rodas, sofre de dupla personalidade (a outra é a perversa e maliciosa Detta Walker, que acaba se tornando um dos personagens mais úteis da série) e dá muito trabalho para Roland e Eddie. Mas ambos acabam se apaixonando (ela e Eddie) e dão o tom de amor da história. Ao final do livro, todos estão no mundo médio, Roland aleijado de uma mão (mas ele atira igualmente bem com ambas) e Odetta Holmes com uma nova personalidade: Susannah Dean.

O terceiro livro (as Terras Devastadas) da muitos detalhes da terra de Roland. Muitos mesmo! Aqui a obra ganha uma substancia enorme. Você consegue ver o Mundo Médio de Roland facilmente. Vemos o pistoleiro ensinar tanto Eddie quanto Susannah a arte de atirar (“eu não atiro com olho, eu atiro com o coração”), mostrar um pouco dos costumes dos pistoleiros (“você esqueceu a face de seu pai, portanto não tem honra alguma, seu merda”) e, explicar claramente o porquê de sua busca. A Torre Negra além de ser o nexo entre todas as realidades existentes é também sustentada pelos feixes de energia que correm o mundo. Sabem quando vemos um grupo de nuvens indo todas na mesma direção? Portanto, aquilo é um dos feixes. Se um dia você seguir este movimento até o fim, onde vários se encontram, você encontrou a Torre Negra. E eles estão sendo destruídos sistematicamente por alguém conhecido como o Rei Rubro. E Roland precisa chegar até Torre para ver o que há lá, é sua obsessão de vida e, tentar impedir o que está acontecendo de alguma maneira. Ele só não sabe ainda direito como fazer. O grupo se aventura através do Mundo Médio e enfrenta Shardik, um urso colossal que na verdade é um robô, protetor de uma das bases do feixe. Todo feixe tem seu guardião protetor em cada extremo e, neste caso, Shardik (o urso) fica em uma ponta e, no outro extremo, temos a Tartaruga, Maturin. Neste livro além da viagem do grupo atrás da Torre temos três acontecimentos importantes: a volta de Jake Chambers a história (não vou contar os porquês senão estraga muito), um demônio que faz sexo com Susannah e a apresentação de Blaine, o trem do monotrilho que viaja mais rápido do que qualquer coisa já vista e também viaja entre os mundos. Eles conseguem embarcar no trem, mas acabam entrando numa viagem expressa para suas mortes.



O quarto livro (Mago e Vidro) chega para assustar alguns leitores. De verdade. Ele é um volume de mais de 700 paginas e quebra todo o ritmo da historia. Ele começa com a solução do problema do grupo com Blaine e, se concentra em contar um trecho do passado de Roland. Detalhe: eles estão às portas do castelo do Mago de Oz. Viagens a parte de “Sai” Stephen King, este livro é muito bom. Ele apresenta os companheiros do inicio da vida Roland (ele os citava muitas vezes durante os livros anteriores) e conta a historia de amor entre ele e Susan Delgado. E a maneira trágica como tudo isso terminou.



O quinto livro (Lobos de Calla) é, sem duvida, um onde se perde mais tempo com explicações sobre as engrenagens da saga como um todo. Já li em vários fóruns estadunidenses (lá fora a saga é considerada um verdadeiro épico) muita gente reclamar deste livro. Ele tem muita ação sim, mas também tem “enrolação” na mesma proporção. Ao meu ver, ele serve para você entender de verdade tudo até aqui. De maneira bem coesa. Somos apresentados a pequena cidade de Calla Brin Sturgis e seu problema com os Lobos, seres misteriosos que vem a cidade a uma média de cada vinte e poucos anos seqüestrar as crianças da cidade que são gêmeas para fazer sabe lá deus o que (no sétimo livro você descobre a crueldade e o propósito de seus atos). O grupo se depara com este problema e acaba por decidir ajudar a cidade. O livro também nos apresenta a um dos globos de poder (semelhantes as esferas de poder do Senhor dos Anéis) e a mais um membro (um tanto quanto involuntário) do Kat-Tet (a palavra para referir-se a pessoas estejam ligados por um destino em comum), o Padre Calahan. O grupo consegue lidar com o problema dos Lobos, encontra mais uma porta igual as que Roland encontrou no segundo livro, perde um membro do grupo (Susannah) temporariamente, e descobre que vai ter que fazer uma série de coisas no “mundo real”, também citado na história como Mundo Chave. Neste livro também descobrimos que Susannah ficou grávida ao ter feito sexo com um demônio (em Terras Devastadas) e, que acabou por ganhar uma espécie de nova personalidade dentro de si, que toma o controle e some de vista para ter seu filho. O livro termina com o grupo tendo que se dividir quase que por completo. Uma parte dele indo atrás de Susannah e outra indo resolver os problemas que tem que ser resolvidos no mundo real, onde existe uma manifestação da Torre Negra em forma de Rosa, pois ela deve ser protegida a todo o custo.



O sexto livro (Canção de Susannah) é o único em que eu falei de verdade “para que tudo isso?”. O que vemos no livro é o grupo lidando com o problema de proteger a manifestação da Torre no mundo real e os outros membros indo atrás de Susannah, seja lá onde ela estiver. O livro inteiro fica nisso. Estende-se demais um assunto que não precisava ter durado 400 paginas. Mas tudo bem, não estraga a obra em nenhum momento. Na verdade, ele chega até a atiçar a vontade de terminar de ler logo todo o conjunto da obra.



O sétimo e ultimo livro (A Torre Negra) vem com quase 900 paginas para dar conclusão a saga de Roland. Vemos neste livro (e no anterior também) Stephen King abusar de metaficção. Ou seja, ele aparece na historia. E muito. Mesmo. Talvez seja a única coisa que eu realmente não gostei da saga. Não estraga, mas foi extremamente chato em alguns momentos ver King escrever sobre si mesmo. De verdade. E ainda mais tão próximo do final. A única coisa que vou realmente dizer sobre este livro: muitas mortes, perdas, sofrimento, revelações (como o filho de Roland e Susannah), e finalmente, a chegada a Torre Negra. O livro é muito bom. Mantém-te interessado de verdade. Mas também é cansativo em alguns momentos. No geral, todos aqueles onde vemos “Sai King” na história. Não estraga o conjunto total da obra, mas te faz pensar sobre o assunto. O final da história é muito controverso e, em qualquer fórum que você ler, você verá que as opiniões são completamente divididas sobre o assunto. De verdade. SK escreve até um ponto onde ele avisa o leitor que se você gostou de ler até aqui, pode parar. Se você quer um final feliz de verdade, pare por aqui. Mas este é justamente o problema (ou não?): eu adorei o final do livro! A historia desde seu inicio era complicada, densa, sombria e, terminar com um “viveram felizes para sempre” a meu ver teria meio que cagado em cima de tudo feito até ali. Não daria pra ter outro final, principalmente se você prestou bastante atenção nas explicações de Roland sobre o Ka (destino), onde tudo na vida gira em círculos e, quase que inevitavelmente, as coisas se repetem. Para o bem ou para o mal.



A obra é magnífica. Não tenta ser épica em momento nenhum. Não tenta ter a grandiosidade de um Senhor dos Anéis em momento algum, mas acaba conseguindo. Mesmo sem querer. Muitas vezes você percebe que SK quer fazer algo grande, mas nada exagerado. Mas ele acaba conseguindo em vários momentos ser grandioso. Você consegue enxergar a grandiosidade de tudo ali principalmente próximo do final. A serie toda tem um trilhão de referências a tudo que você puder imaginar, desde Senhor dos Anéis (o grupo que se reúne para enfrentar um mal tão grande que chega a ser absurda a idéia de que eles consigam), as lendas do Rei Arthur, Western Spaguetti (Roland é “inspirado” de maneira gritante no maior cowboy que já existiu), Star Wars, quadrinhos e tantas outras coisas.

Não, não é uma saga para qualquer pessoa ler. Talvez a grande maioria desista no meio do caminho. É de aceitação um tanto quanto difícil, isso é fato. Mas para quem gosta de ver gente que “trabalha com chumbo” em ação, eu assino embaixo e garanto: vale cada pagina.

Acho que daqui uns cinco anos eu vou ler novamente. Ou daqui a dez anos. Afinal, na vida tudo retorna em algum momento.

Alcofa (que demorou mais de um ano para ler tudo, que sabe que este post ficou enorme, mas que também sabe que não dava para escrever menos sobre este assunto, e olhem que eu resumi muito mesmo! Durante o post foi sob o som do Arch Enemy e, agora no final, é claro, ao som de Ecstasy of Gold, obra imortal de Ennio Morricone no melhor Western de todos os tempos, O Bom, O Mau e O Feio. E um tanto quanto triste pela morte de um dos maiores tenores do mundo).
|

Sunday, September 16, 2007

Stay Away from Me!

A sensação de perda e inutilidade em algumas situações é sempre complicado de lidar e admitir. O pior mesmo é quando você ENXERGA o problema e não consegue solucionar o mesmo. Quando este tipo de coisa te acerta como uma marreta quase todo santo dia, provando o quanto você, que é bom em tantas coisas pode ser tão INUTIL em uma aparentemente simples, você começa a se questionar.

De verdade.

Vale a pena lutar por um sonho no qual tudo indica que realizar o mesmo é "near impossible"?

De uns tempos pra cá, ta tudo atribulado demais. To em fase de mudanças profissionais, com pouco tempo pra coisas das quais eu gosto e ter tempo e, pior: com o que você TEM TEMPO de sobra, você talvez já não queira mais se dedicar a isso.

Quando eu escrevo algo de carater "sentimental", geralmente é alguma coisa boa ou saudosista ao extremo, afinal, eu sou o "fucking alcofa", o cara que ama heróis clássicos, que já escreveu textos bagarai sobre coisas épicas e tals. Mas de uns tempos para cá, minha vida ta atribulada demais.

Vida pessoal.

Sou um cara que já alcançou "n" coisas na vida pessoal. Não tenho nem 30 anos, mas já sou dono da minha casa. Minha. Não dependo de ninguém. Moro sozinho e tenho liberdade pra fazer o que der na telha. mas tem algo na minha vida que eu não arrumo nunca. Relacionamento.

Não gosto de falar este tipo de coisa por aqui, mas como não tenho muito tempo pra ver ninguém, às vezes ajuda um pouco.

Sou um cara azarado com mulheres. Mas depende de como você entende esta palavra. Já tive mulheres lindas, mas ou eram interesseiras demais, ou problemáticas demais. E por "problemáticas", vou deixar por conta de vocês entenderem o que quero dizer.

Eu sou um dos caras que acredita PIAMENTE em destino. Sério mesmo. Não sei se é pelo fato de estudar muito sobre mitologia e história antiga, mas é a verdade: acho que todos nós temos um destino. Imutável. E acho que no meu "livro", deve estar escrito que vou ser feliz em muitos aspectos (e eu realmente sou, acreditem), mas em terms de relacionamentos, acho que não.

Sou um cara de familia grande. Sempre gostei de casa cheia. Mas quando tempo vai passndo e você vê que não consegue mudar, que tudo acontece e é conduzido da mesma maneira SEMPRE, você começa a pensar. Muito.

E um grande defeito meu surge ae: quando estou "assim", perdido, eu tenho a tendencia de me isolar. Acho que conversar não resolve muito. Resolve você conversar com a pessoa com quem você convive e tals, mas acho que sair pedindo conselhos e orientações não resolve muito. Pelo menos não comigo.

Acho que to perdendo o foco do texto. De novo ...

A verdade é: to triste bagarai com esse aspecto da minha vida. De qu adianta ser o cara legal, que todo mundo gosta, quando você não consegue fazer com que a pessoa de quem você gosta de verdade viva bem com você? Que vocês consigam ter um relacionamento normal?

É dificil...

Bem, eu tinha prometido que não ia demorar pra atualizar novamente o blog, mas menti! Hhehhee. Mas esta semana, eu vou colocar um posto nos moldes do antigo Alcofa MIllenium. Para quem me acompanha há algum tempo, talvez saque do que eu estou falando.

Grande abraço a todos!
|